Entrevista com o artista curitibano Rafael Silveira

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O pintor e ilustrador curitibano Rafael Silveira começou sua carreira trabalhando como diretor de arte em agências de publicidade e criando seus próprios quadrinhos e fanzines. Se tornou conhecido por seu trabalho fortemente influenciado pela estética do cartoon, com uma atmosfera clássica e temas contemporâneos.

A maioria de suas peças consiste em pinturas a óleo e acrílico, além de combinações fantásticas entre a tela e as molduras que o artista cria em parceria com uma oficina de entalhe de madeira em Curitiba.

Rafael Silveira também é vocalista e trompetista do grupo Transtornados do Ritmo Antigo, cujo gênero musical foi batizado de “música étnica de lugares que não existem”.

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Entrevista

Inspi: Olá Rafael, primeiramente muito obrigado por conceder esta entrevista ao Inspi. Para começar, gostaríamos de saber como você percebeu a vontade de ser um artista plástico? Você sempre soube que seria um artista?

Rafael Silveira: Sempre soube sim, só não sabia ao certo que tipo de artista seria. Sempre fui muito criativo desde criança, e à medida que fui crescendo a coisa foi acontecendo meio que naturalmente.

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Inspi: Para você, o que destaca seu trabalho no cenário artístico nacional?

Rafael Silveira: Eu sinto que não existe uma cena de artistas brasileiros dentro desse meu estilo, então o que eu faço acaba sendo diferente e isso gera um certo destaque.

Inspi: Você considera difícil viver de arte hoje no Brasil? Quais as maiores dificuldades?

Rafael Silveira: É difícil trabalhar com qualquer coisa no Brasil, com arte nem se fala. Não é prioridade em nenhuma instância, então o artista precisa saber lidar com isso. Tem o fato do país ser muito imprevisível, que acaba sendo mais um desafio entre os muitos que existem.

Inspi: Sabemos que você fez as pinturas para o encarte do disco Estandarte, de 2008, da banda Skank. Como foi a experiência de trabalhar em um projeto para um conjunto bastante consagrado na música brasileira?

Rafael Silveira: Foi incrível. Eles respeitaram muito meu trabalho, são além de muito profissionais, grandes pessoas. Depois de conhecer melhor o trabalho deles, respeito profundamente o grupo.

Inspi: Como é a sua relação com um público estrangeiro, como é aceito seu trabalho lá fora? Você já expôs ou teve algum projeto realizado fora do Brasil?

Rafael Silveira: já fiz trabalhos para o Japão, República Tcheca. Recentemente fiz exposições em NY e Londres. O público recebeu muito bem. Creio que meu estilo é um tanto universal.

Inspi: Quais são os seus artistas preferidos?

Rafael Silveira: Tem muitos, posso citar alguns como Todd Schorr, Mark Ryden, Walton Ford, Charles Burns, Robert Crumb, Gil Elvgren, Femke Hiemstra, Ryan Heshka…

Inspi: Você está atualmente com uma exposição em cartaz na Galeria Choque Cultural, em São Paulo, não é mesmo? Conte-nos um pouco mais sobre ela.

Rafael Silveira: A exposição se chama Circus naturae e fica em cartaz até 12 de setembro. Mostra minha mais recente produção de pinturas. A temática gira em torno de minhas explorações oníricas… há um encontro inusitado entre as ciências naturais e o circo. São narrativas metafóricas, que acontecem na intimidade dos pensamentos e é nesse campo que eu gosto de transitar com a minha arte.

Inspi: Gostaria de agradecer novamente pela entrevista, e terminar pedindo para que você dê uma dica que considere importante para os artistas que estão iniciando sua carreira.

Rafael Silveira: Procure controlar a ansiedade. Seja constante. Tijolo após tijolo, uma bela construção não passa desapercebida.

Confira algumas obras de Rafael Silveira:

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a-powerfull-instinct
wall
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mondo-magri

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