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Coolidge e suas curiosas pinturas de cachorros jogando poker

Você já ouviu falar em antropomorfose? Esse é o nome da técnica que consiste em dar aos animais habilidades humanas através de uma obra de arte. Foi exatamente isso que o americano Cassius Marcellus Coolidge (1844-1934) usou para criar as curiosas pinturas da série Cachorros Jogando Poker.

Das 16 telas pintadas entre 1894 e 1934, nove trazem cenas de cães das mais variadas raças (Boxer, São Bernardo, Buldogue, etc) sentados em volta de mesas de feltro e praticando poker como se jogava no começo do século passado – antes da popularização do Texas Hold’em). Numa sala escura, um jogo predominantemente masculino, regado a muito uísque e charutos.

A ideia inicial foi vendida para a Brown & Bigelow, uma empresa que produz calendários e outros artigos promocionais, por US$ 10 mil. No entanto, o sucesso da série foi tanto que os quadros acabaram se tornando parte da cultura Pop e, hoje, estampam outros tipos de souvenir, além de decorarem clubes e casas ao redor do mundo.

Crédito: Cassius Marcellus Coolidge

As obras originais, inclusive, são objetos de desejo de colecionadores de arte e amantes do poker. Uma das principais pinturas da série, “Poker Game”, foi arrematada por um colecionador por US$ 658 mil, enquanto “Waterloo” (foto acima) e “Um Blefe Arrojado” (foto abaixo) foram vendidas por um total de US$ 590.400 em um leilão em Nova Iorque, em 2005.

Crédito: Cassius Marcellus Coolidge

Pintada a óleo em 1894, a tela de “Poker Game” (foto abaixo) mede 105x127cm. O quadro traz quatro cachorros da raça São Bernardo, concentrados e jogando poker em volta de uma mesa de feltro. As expressões retratam a tensão da partida e os olhares de cada jogador representa a preocupação com a disputa de cartas.

Crédito: Cassius Marcellus Coolidge

Outro quadro bastante famoso do artista, “A Simpatia no Pôquer” (foto abaixo), apresenta um buldogue jogado em uma das cadeiras enquanto os outros cães dão risada dele. A razão é que a falta de fortuna teria feito ele fazer uma quadra de azes, enquanto seu adversário estava com um “straight flush”, ou seja, uma jogada bastante temida pelos jogadores de poker.

Crédito: Cassius Marcellus Coolidge

Vale ressaltar que o senso de humor é algo bastante presente na obra de Coolidge. Em “Fazendo Companhia a Um Amigo Doente” (foto abaixo), por exemplo, quatro cães dão suporte a um companheiro que supostamente teria dito à mulher que estava doente, apenas como desculpa para ir a uma partida de poker com os amigos. Porém, quando as cadelas descobrem o real motivo do encontro, decidem encerrar a partida.

Crédito: Cassius Marcellus Coolidge

Coolidge faleceu em 1934, aos 89 anos de idade, e sem saber, talvez, tenha sido um visionário em misturar cães e poker. Hoje, no auge do esporte da mente, um de seus maiores representantes garante que os amigos de quatro patas e o carteado tem tudo a ver. O jogador André Akkari – brasileiro com muitos títulos na modalidade – revelou recentemente que tem 12 cães da raça Golden Retriver na mansão onde vive e trabalha com seu time de 14 jogadores.

“Os jogadores adoraram ter os cães ao redor. Todos os dias, quando estão jogando online, os cachorros vêm visitá-los. Isso cria uma energia realmente agradável dentro da sala. Eles têm algum tipo de magia, sabem dar conforto exatamente quando alguém precisa. Além disso, o espírito competitivo está sendo incorporado a eles. Todos os fins de semana os levamos para competições e exposições em São Paulo e eles estão ganhando títulos!”, conta André.

Será que os cães de Cassius Marcellus Coolidge realmente existem?