INSPI

A arte da colagem volta a ganhar adeptos

Arte: Maria Dorada

A colagem foi difundida por Pablo Picasso e Georges Braque em torno de 1911, no final da primeira fase do cubismo, chamada de “analítica”, mas já haviam registros de artistas utilizando a técnica antes dessa época. Ela é considerada um dos elementos mais relevantes da arte moderna e como elemento central do cubismo. Pedaços de jornais, rótulos de garrafas, tiras de couro, embalagens de cigarros, entre outros materiais são utilizados para acrescentar formas e texturas às telas. Atualmente a arte passou por uma remodelagem e ganhou a ajuda de ferramentas digitais, voltando a conquistar artistas pelas redes sociais. Vem saber mais!

Com a chegada da pandemia, atividades que envolvem artes ganharam mais adeptos, por ser uma forma de terapia, e a colagem é uma delas. Esse tipo de arte tem caráter democrático, pois ela pode ser feita por qualquer um e não é preciso ter grandes habilidades, como saber pintar e desenhar para desenvolver uma colagem admirada por todos. Antigamente ela era apenas exibida em telas, mas agora pode ser vista em aberturas de filmes, novelas, ilustrar capas de livros e até mesmo estampar roupas.

Conversamos com a designer gráfica Maria Fernanda Didimo, criadora da loja Maria Dorada, que vende peças exclusivas, desde camisetas até bolsas estampadas pelas colagens mais diversas criadas por ela. 

INSPI: Como você começou com a colagem?

Maria Fernanda: Desde pequena, eu e minha prima brincávamos de fazer colagem. A gente cortava as revistas do meu avô e ficava fazendo colagem manual, com cola líquida, aquele processo bem artesanal. Era apenas uma brincadeira de criança, então logo a brincadeira acabou. Depois, eu entrei na faculdade de design gráfico e comecei a mexer no Photoshop e a fazer experimentações para aprender a usar o software. Não sabia muito bem o que estava fazendo, eu estava recortando fotos, colando, inserindo fonte, mudando modo de mesclagem, colocando cor, brilho e nessas experimentações eu comecei a gostar dos resultados e sempre foi muito fluído, sempre era um teste para ver que resultado eu conseguiria. Quando comecei a gostar dos resultados, continuei a fazer colagem por hobby. Não havia muitas inspirações, era mais sobre o que eu estava sentindo no momento. 

INSPI: Como surgiu a ideia de fazer uma loja repleta de itens com colagem?

Maria Fernanda: A ideia do meu TCC era fazer produtos para casa com essas colagens, porque desde o começo da faculdade até o fim eu já tinha muitas colagens, amava muito elas e não sabia o que fazer com as artes. Pensei em fazer almofadas, lençóis, até quadros, mas minha orientadora falou que o meu público-alvo, na época, era o público da faculdade. Eles não estavam pensando em decorar a casa naquele momento, estavam pensando em dar rolê, sair, usar roupas estilosas e ela falou “por que você não faz peças de roupas? Coisas que as pessoas possam usar fora de casa?”. Nessa época ainda não tinha pandemia, então fazia todo sentido esse pensamento. Comecei a fazer meu TCC com bolsas e jaquetas, o nome da minha marca era Dourado no Rosa e depois mudei o nome para Maria Dorada. Na Maria Dorada eu comecei a costurar, no meu TCC eu não tinha costurado nada, foi uma costureira que fez tudo. Eu nunca tive aula de costura, comecei a fazer necessaire vendo vídeo no YouTube e das necessaires eu sempre fui arriscando um pouco mais, mudando o fecho, colocando uma alça e voltei a fazer experimentações.

INSPI: Quais serão os próximos passos para a Maria Dorada?

Maria Fernanda: Atualmente eu estou produzindo principalmente camisetas com as colagens, mas a ideia é voltar com as bolsas e produzir tapeçaria para decorar a casa. Quero fazer mais para frente casacos com as colagens, casacos bem longos sempre foram meu maior sonho. 

Como podemos ver, a colagem é um estilo de arte que pode ser desenvolvida até mesmo por crianças, como foi o caso de Maria Fernanda, que começou muito cedo descobrindo esse mundo e atualmente ganha dinheiro com suas colagens. É uma forma simples de se expressar e que cada vez mais ganha adeptos que agora contam com a ajuda do Photoshop.

Fontes: Veja, SciELO

Sair da versão mobile