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Artista une arte e ecologia em obras sobre preservação da escarpa devoniana

Foto: Gus Benke (Reprodução)

A artista visual Maria Baptista inaugurou recentemente a exposição Cartografia Mítica da Escarpa Devoniana, na sede da Unidade de Conservação da Floresta Nacional de Piraí do Sul, localizada na cidade de Piraí do Sul. A mostra faz parte da sua pesquisa artística que une arte e ecologia, focando na formação geológica da Escarpa Devoniana, nos Campos Gerais do Paraná.

Conhecida por suas áreas de reflorestamento e plantio de pinus e eucaliptos, além de vastas áreas de monoculturas de uso desenfreado do agrotóxico, a região de Piraí do Sul agora também é cenário de obras que refletem sobre sustentabilidade e impacto ambiental.

Foto: Gus Benke (Reprodução)

Chegando à segunda edição, a investigação, que já esteve nas cidades de Balsa Nova, Palmeira, Ponta Grossa e Tibagi, chegou a Piraí do Sul e se funde à história da própria família de Maria Baptista. “Eu comecei a estudar a região dos Campos Gerais em 2014 e agora, venho para a cidade que me  reconecta com a ancestralidade, já que meus bisavós viveram e trabalharam por aqui e de alguma maneira, a história se reconta”, contou a artista.

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As obras de Maria Baptista, incluindo fotografias, mapas, instalações e vídeos, representam o diálogo entre os seres humanos e a natureza, tão necessário nos dias atuais. Ainda, contam também com uma novidade tecnológica: a experiência de realidade virtual com o vídeo “Ancoragem”, que permite ao público vivenciar as percepções da artista na paisagem da Escarpa, em 360 graus. 

A nova obra, que se inicia com uma performance da artista fazendo um círculo com erva-mate, produto intrínseco à história do Paraná, teve sua captação feita no alto de um cânion e estará disponível para que os visitantes da exposição, através do uso de um óculos de realidade virtual, possam se sentir no centro desta circunferência.

Foto: Gus Benke (Reprodução)

Segundo a curadora da mostra, Milena Costa, a pesquisa artística de Maria Baptista evidencia a importância de ações artísticas que se combinam a ecologia. “Na atualidade, as pesquisas que unem arte e sustentabilidade são mais importantes do que nunca. Vivemos tempos em que as mudanças climáticas são uma realidade e refletimos sobre questões como o antropoceno e outros temas urgentes”.

Em 2020, a artista também elaborou o trabalho “Como se Faz Uma Floresta?”, onde realizou o plantio de 100 mudas de árvores nativas de Floresta de Araucária, em um terreno particular marcado pela monocultura de soja. A área de plantio localiza-se à poucos metros do Abrigo Arqueológico Geométricas, na fronteira do Parque Nacional dos Campos Gerais, em Ponta Grossa, PR. 

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