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Os 10 pintores mais importantes do Surrealismo

Surrealismo surgiu na década de 1920 em Paris, vindo a fazer parte das vanguardas modernistas. Esse movimento tinha como característica principal, enfatizar o papel do inconsciente na criação artística e criativa.

O grupo contava com artistas de diversos segmentos, bem como poetas, escritores e atores teatrais. O poeta André Breton foi o principal mentor deste movimento e autor do Manifesto Surrealista (1924), onde os princípios surrealistas são declarados, tais como a isenção da lógica e a adoção de uma realidade superior.

No caso da pintura, as obras incorporavam elementos desconexos, formas abstratas e ideias irreais, visando libertar-se da lógica e da razão. O mundo lúdico criado nas pinturas visava contrariar a arte racionalista e trazer a subversão para a criação.

Conheça um pouco sobre os mais importantes pintores desse movimento de grande importância para a história da arte – e do design – mundial.

1. Salvador Dali

Salvador Dalí

Salvador Dalí, nascido em 1904 na região da Catalunha, Espanha, é o maior símbolo da pintura surrealista mundial. Seu estilo extravagante, tanto na maneira de se vestir quanto em suas aparições públicas, fez dele um ícone pop da arte moderna.

Ao longo de sua carreira, Dalí criou mais de 1.500 quadros, além de ilustrações para livros, litografias, cenografias teatrais, desenhos, esculturas e diversos outros projetos artísticos. Faleceu em 1989, aos 84 anos de idade.

Trabalho mais conhecido de Salvador Dali – “A Persistência da Memória” (1931)
Salvador Dalí – “A Tentação de Santo Antônio” 1946

2. Joan Miró

Joan Miró

Joan Miró, nascido em 1893 na Catalunha, foi um renomado pintor, escultor, gravurista e ceramista surrealista. Durante seu período em Paris, teve contato com importantes correntes modernistas, como o fauvismo e o dadaísmo, que influenciaram sua trajetória artística.

Na década de 1920, aproximou-se do movimento surrealista, conhecendo figuras como André Breton, seu fundador. A partir de então, adotou uma estética mais lúdica, repleta de símbolos que remetiam à fantasia. Miró participou da primeira exposição surrealista em 1925 e construiu uma carreira marcada pela experimentação e originalidade.

Joan Miró – “Personnage Oiseaux” (1972 – 1978)
Joan Miró – “Interiores Holandeses” (1928)

3. Max Ernst

Max Ernst

Max Ernst foi um pintor e poeta alemão que se naturalizou norte-americano e, posteriormente, francês. Em 1922, mudou-se para a França, onde conheceu André Breton e ingressou no movimento surrealista. Breton o descrevia como o “mais magnífico cérebro assombrado” das artes, destacando sua maestria na essência do Surrealismo.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Ernst fugiu para os Estados Unidos, retornando à França em 1948, quando se naturalizou francês. Sua obra inovadora, marcada por experimentações com colagem, frottage e técnicas inusitadas, consolidou seu impacto na arte moderna.

Max Ernst – “A bela estação” (1925)
Max Ernst – “Cidade com animais” (1919)

4. René Magritte

René Magritte

René Magritte nasceu na Bélgica em 1898 e iniciou sua carreira como designer de cartazes e anúncios. Em 1926, ao assinar um contrato com a Galerie la Centaure, em Bruxelas, passou a se dedicar integralmente à pintura.

No ano seguinte, mudou-se para Paris e se integrou ao grupo surrealista, tornando-se um dos principais expoentes do movimento. Sua obra, marcada por imagens enigmáticas e jogos visuais, desafiou a percepção da realidade. Magritte faleceu em 1967, vítima de câncer, deixando um legado duradouro na arte.

René Magritte – “A Queda” (1953)
René Magritte – “O Filho do Homem” (1964)

5. Paul Delvaux

Paul Delvaux, nascido em 1897 na Bélgica, foi um pintor cuja obra mesclava um estilo acadêmico com temáticas oníricas e pessoais. Formado pela Academia de Belas Artes de Bruxelas, onde mais tarde se tornou professor, desenvolveu uma linguagem visual única, frequentemente associada ao Surrealismo.

Com a perda progressiva da visão, Delvaux deixou de pintar em 1986. Sua última grande exposição ocorreu em Paris, em 1992. Faleceu em 20 de julho de 1994, aos 96 anos, deixando um legado artístico marcado por atmosferas misteriosas e cenários poéticos.

Paul Delvaux – “Esqueletos num escritório” – 1944
Paul Delvaux – “Les Vestales” (1972)

6. Remedios Varo

Remedios Varo

Remedios Varo Uranga (1908) foi uma pintora surrealista nascida em Anglés, Catalunha, Espanha. Sua obra se destacou por narrativas fantásticas e uma estética meticulosamente detalhada.

Durante a Guerra Civil Espanhola, mudou-se para Paris, onde foi profundamente influenciada pelo movimento surrealista. Com a ocupação nazista da França, foi forçada ao exílio e, em 1941, estabeleceu-se na Cidade do México. Embora inicialmente tratasse o país como um refúgio temporário, permaneceu lá até sua morte, em 1963, consolidando-se como uma das grandes artistas surrealistas de sua geração.

Remedios Varo – “Olhos sobre a Mesa” (1938)
Remedios Varo – “Jardim do amor” (1951)

7. Frida Kahlo

Frida Kahlo

Nascida no México em 1907, Frida Kahlo entrou para o mundo da arte quase por acaso. Filha de imigrantes alemães, teve seu primeiro contato com a pintura através de seu pai, que a praticava como hobbie. No entanto, foi um grave acidente na juventude que a levou a se aprofundar na arte, inicialmente como um passatempo durante a recuperação.

Ao longo da vida, enfrentou intensos desafios de saúde e conflitos familiares, que marcaram profundamente sua obra. Quando André Breton classificou sua pintura como surrealista em um ensaio sobre sua exposição em Nova York, Frida rebateu: “Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade.”

Frida Kahlo – “O Veado Ferido” – 1946
Frida Kahlo – “As Duas Fridas” – 1939

8. Leonor Fini

Leonor Fini

Nascida na Argentina em 1908, Leonor Fini mudou-se ainda bebê para a Itália com sua mãe, onde passou a adolescência antes de estabelecer-se em Paris, cidade que se tornou seu principal lar.

Artista multifacetada, atuou como pintora, figurinista, designer, cenógrafa e escritora. Sua obra se destacou pela representação de mulheres fortes e autônomas, desafiando os padrões da época. É frequentemente lembrada como a única artista a pintar mulheres “sem desculpas”, retratando-as em situações provocativas e empoderadas.

Leonor Fini faleceu em janeiro de 1996, em Paris, tornando-se um símbolo na arte surrealista e na luta pela liberdade feminina na pintura.

Leonor Fini – “Portrait of Mrs. Hasellter” – 1942
Leonor Fini – “Deux Figures Grotesques” – 1932

9. Alberto Giacometti

Alberto Giacometti

Alberto Giacometti (1901) foi um renomado pintor e escultor suíço, profundamente influenciado pelo modernismo. Sua obra teve um papel essencial na definição da escultura surrealista, evoluindo posteriormente para um estilo marcado pelo existencialismo e pela representação expressiva da figura humana.

Suas esculturas alongadas e etéreas tornaram-se icônicas, transmitindo uma sensação de solidão e fragilidade. Giacometti explorou a condição humana de maneira única, refletindo angústia e introspecção em suas criações.

Alberto Giacometti – “Dança da Primavera” – 1922

10. Vito Campanella

Vito Campanella

Vito Campanella foi um pintor italiano de grande relevância para a pintura surrealista. Ao longo de sua trajetória, viveu em diversas cidades, como Conversano, Florença e Milão, onde participou ativamente de movimentos artísticos locais. Transitando por diferentes correntes estéticas, encontrou no surrealismo sua forma mais autêntica de expressão.

Em 1956, mudou-se para a Argentina com sua família, incorporando influências da cultura latino-americana em sua obra, sem nunca perder a conexão com os salões europeus. Sua pintura, marcada por um refinado simbolismo e uma técnica impecável, consolidou-se como um dos grandes legados do surrealismo moderno.

Esse foi um breve resumo sobre dez grandes nomes da pintura surrealista. Vale a pena pesquisar e conhecer um pouco mais da história de cada um dos artistas e do movimento surrealista como um todo.

Dicas de livros:

O surrealismo (J. Guinsburg e Sheila Leirner)
Manifesto Surrealista (André Breton)

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