Já notamos ao longo deste ano que a tecnologia pode fazer coisas incríveis e agora ela chegou até a alimentação, mais especificamente até os frutos do mar. Confira a seguir tudo sobre o lançamento do primeiro alimento feito por impressora 3D a ser vendido no mercado de alguns países.
Sobre a empresa
A Revo Foods é uma empresa austríaca que promete ser a revolução dos frutos do mar, ela faz frutos do mar 100% vegetal e oferece produtos com grande valor nutricional, com isso ela pretende reduzir a sobrepesca, aliviar a pressão sobre o ecossistema marinho e salvar a vida dos frutos do mar. A empresa lançou o Revo Salmon, que já está disponível em mais de 14 países, também já possui outro produto no mercado, o creme de atum 100% vegetal.
Sobre a impressora 3D
O filé de salmão da Revo Foods é o primeiro alimento produzido pela tecnologia 3D-Mass-Former patenteada pela empresa. A tecnologia de extrusão permite a integração perfeita de gorduras e uma matriz proteica fibrosa, que pode recriar a escamação e as fibras de suco encontradas nos filés de peixes convencionais. A empresa desenvolveu o primeiro processo de fabricação contínua capaz de produzir alimentos impressos em 3D em massa. Por enquanto A Revo Food está focando em frutos do mar, mas a tecnologia pode ser aplicada a outros produtos, como bifes e filés veganos.
Segundo Bruna Tosin, Nutricionista pela UFPR e especialista em Nutrição Clínica, “a produção de salmão à base de filamentos vegetais mostra como a área de tecnologia de alimentos nos traz novas perspectivas e alternativas quando pensamos em viabilizar o consumo de determinados nutrientes e alimentos ao redor do mundo. O grande desafio é encontrar o equilíbrio em todas as etapas da cadeia de produção, desde a escolha e obtenção da matéria-prima até o produto final que chega à mesa do consumidor. A área é promissora, sem dúvidas, e será cada vez mais frequente o uso de tecnologias como esta na produção de alimentos.”
Sobre o Salmão
O produto é criado a partir de fungos filamentosos, o salmão da Revo Foods combina este ingrediente com proteína de soja, óleo de girassol, agentes gelificantes, metilcelulose, aromas, óleo rico em DHA e EPA, corantes, licopeno, proteína de colza e agentes espessantes. Também é enriquecido com vitaminas B6, B12 e E, além de niacina e ácido fólico. O salmão impresso possui 9g de proteína por 100g, com 1,7g de gordura saturada, lembrando que o salmão convencional pode ter mais de 18g de proteína pela mesma quantidade, mas 3,1g de gordura saturada.
“O salmão, assim como a maioria dos cortes de peixe, é um alimento rico em proteínas e baixo em carboidratos. Seu diferencial é o perfil de gorduras, que conta com as porções de EPA e DHA, moléculas com funções anti-inflamatórias (podendo reduzir a inflamação do organismo como um todo), protetoras da saúde cardiovascular (ou seja, fazem bem para o coração e para a circulação) e promovedoras da saúde cerebral. Apesar dos benefícios, o salmão ainda é pouco consumido pelos brasileiros, devido ao valor mais alto de mercado (comparado a outros peixes, como tilápia e pescada) e por não ser uma produção comum no Brasil”, completa a Nutricionista.
A tecnologia pode salvar o planeta
As operações de sobrepesca recebem anualmente 22 milhões de dólares em subsídios para aumentar a capacidade, a crescente procura de produtos do mar levou a um aumento das emissões de gases com efeito de estufa, e a utilização intensiva de combustível pelos navios de pesca oceânica também contribuiu para as alterações climáticas. O uso de embalagens plásticas e a presença de microplásticos no oceano agravaram os problemas da indústria, por isso, a tecnologia pode ser a chave para proteger nosso planeta.
Apesar da tecnologia muitas vezes parecer assustadora, ela pode ser uma saída para preservarmos a natureza e evitarmos que o planeta entre em colapso muito antes do que prevíamos, precisamos de mais empresas que pensem nas consequências dos atos e no futuro.
Fonte: Green Queen
