Já se deparou com um protetor solar em uma lata de chantilly? Ou um shampoo em embalagem de leite condensado? As chamadas embalagens caóticas ou embalagens surpreendentes se tornaram uma ferramenta eficaz de marketing na hora de chamar a atenção no ponto de venda. Continue a leitura e saiba mais.
As embalagens caóticas funcionam?
Esse tipo de embalagem remete a um tipo de produto, mas o conteúdo do produto não condiz com a embalagem, o que gere uma dissonância cognitiva no consumidor. Embalagens que causam algum tipo de dissonância cognitiva têm maior probabilidade de capturar a atenção dos consumidores do que as embalagens tradicionais que já conhecemos, elas também vêm ganhando cada vez mais adeptos por conta do alto custo da publicidade e pelo comportamento do consumidor de valorizar comprar tudo em um só lugar.
A marca de absorventes internos Miraflor adotou uma embalagem que remete a um pote de sorvete, a explicação é que a embalagem atende aos desejos por açúcar e gordura que muitas vezes atingem as mulheres durante a menstruação, mas o principal motivo para a escolha foi chamar a atenção para a marca em meio a tantos concorrentes já consagrados.

Qual o papel da embalagem?
A embalagem possui o papel informativo e funcional, ela deve comunicar ao consumidor sobre o produto oferecido e conter instruções sobre como utilizá-lo da melhor forma possível, ao adotarmos a tendência de embalagens caóticas, algumas dessas funções são perdidas.
Um exemplo disso é da marca de limpeza Puracy, ela começou a vender refis de sabonetes, tira-manchas e outros produtos em latas projetadas para caber em fracos plásticos de spray reutilizáveis, como uma questão de design sustentável, mas alguns clientes relataram a preocupação de que as latas coloridas pareciam refrigerantes demais e poderiam potencialmente induzir crianças desavisadas a tomar um gole, essa preocupação levou a empresa a suspender a venda de refis nas latas e a redesenhar a tampa de uma lata de refrigerante para uma lata de atum.
Onde fica o branding?
Especialistas em branding afirmam que marcas consolidadas usam embalagens familiares para transmitir consistência e confiabilidade. O design se tornou uma forma de contar história e gerar conscientização, por meio dele você não depende de um algoritmo, pode impactar o consumidor diretamente na prateleira do supermercado e na loja. Apesar dos possíveis problemas que a embalagem caótica pode trazer para a empresa, se sua embalagem for caótica o suficiente, com certeza fará sucesso nas redes sociais.
Fonte: The Wall Street Journal