O fotógrafo Marcelo Adorna Fernandes, professor do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva (DEBE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foi reconhecido como Fotógrafo de Astronomia do Ano pelo Royal Observatory Greenwich, na Inglaterra.
Sua imagem da Nebulosa Eta Carina, capturada em São Carlos, foi a única fotografia brasileira selecionada entre as 5.882 inscritas, de 68 países, no concurso internacional ZW Optics Astronomy Photographer of the Year, o mais prestigiado do gênero no mundo.

A fotografia integra o livro “Astronomy Photographer of the Year 2025“, publicação anual do Royal Observatory Greenwich que reúne as 140 melhores imagens astronômicas do planeta, em categorias que vão de paisagens celestes a registros de planetas, nebulosas e galáxias distantes. As imagens selecionadas também estão em exibição desde setembro no Museu Marítimo Nacional, em Londres, espaço dedicado às exposições do Royal Museums Greenwich.
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Paleontólogo há 40 anos, Marcelo se dedica à Astronomia amadora e à divulgação científica. O interesse pelo cosmos surgiu ainda na adolescência, quando, em Araraquara, ajudou a fundar o Grupo de Astrônomos Amadores (Gama) e foi o primeiro observador da região a identificar o cometa Halley, em 1985.

Ao longo de sua vida, foi um disseminador da Astronomia, realizando exposições e observações em praças públicas, com auxílio de telescópios para divulgar essa ciência. “Sempre gostei de olhar para o céu e compartilhar esse olhar. A Astronomia é uma das ciências mais inclusivas, porque desperta curiosidade e fascínio em qualquer pessoa que se permita observar o universo”, afirma.
Os registros são feitos a partir de seu observatório amador, batizado de Kronos, no quintal de sua casa, em São Carlos. O espaço tem cerca de nove metros quadrados e telhado retrátil, e abriga diferentes telescópios, entre eles um newtoniano de 250 milímetros de diâmetro, construído pelo próprio docente, usados na captura de imagens de “Céu Profundo”, que revelam luzes emitidas há milhares ou milhões de anos.
Para ele, o reconhecimento internacional reforça o papel inspirador da ciência e da curiosidade. “A mensagem que gostaria de deixar é: olhem para o céu. Mesmo com recursos simples, é possível aprender, se encantar e compreender melhor o nosso lugar no universo”, conclui.
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