No final da década de 1960, jovens artistas que trabalhavam nos Estados Unidos começaram a fazer pinturas realistas baseadas diretamente em fotografias. Detalhistas minuciosos, eles retratavam objetos, pessoas e lugares que definiam a vida urbana e rural. Essa produção recebeu rótulos diferentes, entre eles Fotorrealismo.
Diferentemente dos artistas pop, os fotorrealistas não ironizavam seus temas, que passavam por vitrines brilhantes, carros, plásticos de cores berrantes e cenários do campo e da cidade, mas posicionavam-se fiéis à reprodução na tela, no papel ou na escultura, daquilo que lhes servia como fonte.
Mesmo com a reprodução instantânea da realidade pelas câmeras digitais hoje, essas pinturas e esculturas ainda são fascinantes pela precisão cirúrgica e virtuosismo extraordinário.
Essa tentativa de “congelar” o momento e apreciá-lo eternamente em sua exatidão é um dos motivos de apreciação e difusão do hiper-realismo. Ali não há os efeitos da passagem do tempo e “a permanência é a condição da grande arte”, avalia o autor inglês Clive Head.
A exposição 50 anos de realismo – Do fotorrealismo à realidade virtual passou por São Paulo, Brasília e chega ao Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro no dia 22 de maio, provocando perplexidade no visitante: é pintura ou fotografia? É real ou escultura?
A proposta da curadora brasileira Tereza de Arruda é apresentar um panorama internacional da representação da realidade na arte contemporânea nos últimos 50 anos, do surgimento do fotorrealismo, o hiper-realismo até a realidade virtual.
“O surgimento do fotorrealismo, pinturas baseadas na representação de cenas fotografadas, deu-se nos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970. Sua infiltração na história da arte aconteceu como reação ao abstracionismo vigente na época. O hiper-realismo apareceu como uma tendência da pintura no final da década de 1970, amparada na realidade, ainda mais fiel que a própria fotografia. Sua força de expressão é tão significativa que se dissemina até os dias de hoje.” explica Tereza de Arruda.
A mostra é dividida em segmentos, sendo eles histórico, contemporâneo, tridimensional e novas mídias e apresenta obras dos seguintes artistas: Ralph Goings, Richard McLean, John Salt, Ben Schonzeit, Javier Banegas, Paul Cadden, Pedro Campos, Rafael Carneiro, Andrés Castellanos, Hildebrando de Castro, François Chartier, Ricardo Cinalli, Simon Hennessey, Ben Johnson, David Kessler, Fábio Magalhães, Tom Martin, Raphaela Spence, Antonis Titakis, Craig Wylie, John DeAndrea, Peter Land, Giovani Caramello, Akihiko Taniguchi, Andreas Nicolas Fischer, Bianca Kennedy, Fiona Valentine Thomann, Sven Drühl, The Swan Collective e Regina Silveira.
Você pode conferir mais informações no site do CCBB: culturabancodobrasil.com.br/portal/rio-de-janeiro