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Por que o trabalho criativo não é visto como trabalho?

Por que o trabalho criativo não é visto como trabalho Por que o trabalho criativo não é visto como trabalho

Desde criança nunca fomos incentivados a seguir carreiras criativas, como ser artista ou ilustrador, por exemplo, mas essa atitude tem explicação e ela pode ajudar os criativos a se unirem e lutarem por condições melhores de trabalho.

Tudo começou há muito tempo

Antes do Renascimento os chamados patronos patrocinavam artistas com o intuito de aumentar seu prestígio perante a sociedade e serem vistos como entusiastas das artes. É a partir da Revolução Industrial que os artistas passaram a serem vistos como “não trabalhadores”, pois a Revolução forçava os trabalhadores braçais a trabalharem em locais que exploravam cada vez mais a mão de obra, enquanto os artistas eram enquadrados como improdutivos, já que não executavam os trabalhos braçais, nasce aí uma crença que dura até os dias de hoje.

Surgem os caminhos alternativos de remuneração

Essa relação entre arte e trabalho levou a indústria criativa a desenvolver caminhos alternativos para remunerar trabalhadores, a famosa frase “será uma ótima peça para seu portfólio” nunca foi tão ouvida por designers e ilustradores, eles então ficam presos em um ciclo de trabalhar duro para uma remuneração menor para que o trabalho feito se torne uma boa peça de portfólio.

Criatividade e trabalho não combinam

Mesmo quando os artistas são remunerados de forma justa, eles muitas vezes não são creditados pelo trabalho, mesmo que seu trabalho seja bonito, inovador e até mesmo premiado. Ao buscar quem foi o responsável pelo trabalho, é comum que os designers ou artistas responsáveis não estejam creditados, e para piorar, podem não estar recebendo nada com isso.

Como podemos mudar a visão do mundo

Por que o trabalho criativo não é visto como trabalho

Créditos: Serezniy/Depositphotos.com

Os criativos parecem não ter a mesma capacidade para se unir e lutar da forma que trabalhadores de outras áreas fazem. Um exemplo disso é a falta de conversa sobre o salário no setor, os criativos muitas vezes não compartilham quanto ganham com os outros e a maioria deles acaba recebendo menos do que deveriam, além disso, essa atitude coloca muitas vezes os profissionais criativos uns contra os outros em uma corrida para o fundo do poço, isso porque quem mais sai prejudicado são os próprios profissionais que acabaram de entrar no mercado criativo e não fazem ideia de quanto cobrar.

Para que o trabalho criativo realmente seja visto como um trabalho que merece ser pago e respeitado, a comunidade criativa precisa se unir, abandonar a famosa frase “faça o que ama e você nunca trabalhará um dia sequer na sua vida” para pararmos de justificar muitos sacrifícios. Fazer apenas um bom trabalho não te leva ao sucesso econômico, é preciso se organizar coletivamente, compartilhar conhecimento e assim alcançar melhores condições de trabalho e um trabalho criativo mais gratificante, assim como fizeram os trabalhadores criativos membros da SAG-AFTRA e da WGA nos EUA, que ao anunciarem uma greve da categoria contra a Inteligência Artificial conseguiram negociar para conseguir condições melhores de trabalho.

Foto de Capa: ViktoriaSapata/Depositphotos.com Fonte: It’s Nice That