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Das tatuagens para os murais: conheça a arte de Bruna Pereira

Das tatuagens para os murais conheça a arte de Bruna Pereira Das tatuagens para os murais conheça a arte de Bruna Pereira
@brunaiif (Reprodução/Instagram)

O INSPI teve a honra de entrevistar Bruna Pereira, artista curitibana conhecida por seus traços e murais que colorem as cidades. Bruna começou na tatuagem, mas experimentou diversos formatos de arte. Continue a leitura para saber mais sobre seu trabalho!

Sobre a artista

Bruna Pereira tem 34 anos, nasceu em Curitiba e mora em São Paulo há 5 anos. Sua escola foi a tatuagem, ela começou a tatuar em 2012 e partir daí entrou em contato com outras técnicas, como xilogravuras e pinturas.

Bruna saiu de Curitiba durante a pandemia e não sabia exatamente como iria se sustentar trabalhando apenas com tatuagem, ela então vendia algumas pinturas online e começou a pintar algumas paredes dentro de casa, até que uma amiga a apresentou ao projeto Muchas Minas, em Curitiba, uma iniciativa artística que destaca o trabalho de mulheres artistas na capital, promovendo a participação feminina na cena cultural e artística da cidade. A partir disso a artista começou a estudar para fazer murais em maior escala e externos, por exemplo.

Mural “Animais Imaginários”, de Bruna Pereira – Fonte: @brunaiif (Instagram/Reprodução)

“Eu não tinha uma formação acadêmica, e isso contribuiu para as maiores crises de validação do meu trabalho. É um processo até hoje, olhar com carinho e legitimar o que eu faço”, conta Bruna. Hoje ela estuda cinema para animação, está se graduando em uma instituição em Buenos Aires, por meio de uma bolsa que ganhou, e por conta disso a artista revela que está optando por produzir menos e absorver mais, para aproveitar essa grande oportunidade.

Bruna revela o quão importante é sua mãe para sua carreira, “quando eu comecei a tatuar, minha mãe frequentava a igreja evangélica, e eu tinha muito medo de como seria essa conversa em casa. No começo foi esquisito para a gente, mas o esforço que ela fez em tentar me entender foi grande, é tão importante para mim, que todas as outras conversas que eu precisei ter com ela, sobre minha bissexualidade e minhas crenças, por exemplo, acabaram unindo a gente de uma forma muito bonita”.

Sobre inspirações e processo criativo

A artista revela que há pouco tempo a arte Naif seria sua principal inspiração, a arte Naif é caracterizada pela espontaneidade, ausência de técnicas, representando o dia a dia de forma simplificada e colorida, mas Bruna revela que por conta do seu “hiato” de produção pelo seu mergulho nos estudos, sente que várias coisas novas a inspiram, apesar da arte Naif ter sido inspiração para o início da sua carreira.

“Eu tenho meu bloquinho onde anoto as ideias que surgem, às vezes vem de um sonho, às vezes vem de uma conversa muito profunda que tive com um amigo, a inspiração em termo mais geral, ela pode vir de qualquer coisa, depende de como ela mexe em você, estou tentando me desprender desse conceito de inspiração mais didática e permitir entender mais as coisas ao meu redor”, completa Bruna.

Sobre sua arte

A tatuagem foi o fio condutor para que a artista se apaixonasse pela arte que faz hoje, ela passou muito tempo estudando tatuagem oriental, principalmente a japonesa, mas mesmo não executando oficialmente uma tatuagem tradicional japonesa, ela se encantou pela cultura popular, as lendas, as figuras, foi quando ela decidiu se voltar ao estudo da cultura popular brasileira.

Ao ser perguntada sobre qual o trabalho que mais gostou de fazer, a artista conta que foi um mural executado com os recursos do edital MAR (Museu de Arte de Rua) em São Paulo. Para ela, este trabalho foi muito além apenas do resultado, pois para realizar a pintura ela precisou aprender a descer no rapel, houve muita parceria com a produção e a assistência para que o projeto acontecesse. “Foi uma experiência muito bonita, e em um espaço muito importante, eu já havia pintado em escolas públicas antes, mas eu penso na minha própria infância e na importância que é para as meninas verem mulheres pintando muros enormes. Poder viver isso foi muito especial”, completa Bruna.

Confira abaixo um vídeo sobre esse projeto feito pela artista:

Para finalizar, a artista deixou uma dica para quem está iniciando no mercado criativo “Saia do celular! O trabalho dos outros não deve ser régua para você medir o seu. Eu não posso recuperar o tempo que eu perdi me comparando e me diminuindo enquanto podia estar estruturando a minha base artística e a minha pesquisa. E a gente está sujeita a cair nisso o tempo todo. É um exercício, e ninguém vai fazer isso por nós”.

Se você gostou de conhecer o trabalho de Bruna Pereira, você pode segui-la no Instagram ou adquirir uma de suas obras em sua loja online.

Fonte: Emerge Mag

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