O ‘Do it Yourself’ ou ‘Faça Você Mesmo’ surgiu como um movimento norte-americano dos anos 50, no pós-guerra. De consertar o próprio carro ou decorar a própria casa, o DIY e a cultura maker se consolidou como uma maneira de aprender fazendo e ainda gerar renda, mas você sabe como ele pode estimular sua criatividade? Vem saber mais.
Aprender fazendo é uma experiência que pode realmente mudar a sua forma de trabalhar e viver, pois você muda as suas perspectivas criativas, de consumo, de trabalho e aprendizagem. O INSPI conversou com dois jovens makers que nos contaram um pouco sobre como fazer com as próprias mãos pode contribuir para a criatividade.
Lucas Bichels é publicitário, possui a loja Tudo Se Enquadra e o projeto Desapegos do Lusca. O primeiro projeto é o principal, ele transforma recordações em objetos de decoração, é possível colocar em um quadro tudo aquilo que você tem sentimentos e traz boas lembranças, já o segundo projeto é apenas para vender e desapegar de coisas que ele não vê mais utilidade.
“Sempre fui uma pessoa um pouco acumuladora, sempre gostei de colecionar tudo, tinha coleção de DVD, CD, disco de vinil, chaveiro, lápis e eu comecei a me espiritualizar e algumas coisas começaram a não fazer mais sentido para mim. Eu comecei a me desfazer de alguns itens, mas existiam muitas coisas que eu não conseguiria me desapegar e ninguém teria interesse em comprar, como por exemplo, cartinhas do Digimon e do Pokémon, então eu resolvi fazer quadros com esses itens”, diz Lucas.
Por meio do DIY Lucas descobriu uma maneira de se desfazer das coleções e itens que não faziam mais sentido para ele e ainda ganhar dinheiro com isso: “a Tudo Se Enquadra surgiu justamente por isso, para dar um destino legal para algo que é legal”. Ao produzir os quadros Lucas relata que sente um alívio e um sentimento de estar produzindo algo útil. Além disso, ele revela que ter um projeto pessoal te dá liberdade para ser você mesmo 100%, sem ter clientes dando pitaco ou cortando suas ideias.
Na faculdade, Lucas fez sua monografia sobre criatividade e esse tema chama muito sua atenção, segundo ele “você cria novas conexões neurais toda vez que está criando algo e isso ajuda a desenvolver sua criatividade. Quando você aprende a pegar vários elementos para criar outro você consegue aplicar em várias áreas, pois a criatividade é muito maior do que pensamos, é uma forma de solucionar problemas, independentemente de onde você vai aplicar isso.”
O INSPI também conversou com Thaís Mota, jornalista que possui a loja Eu, Nós & Linhas e produz bordados cheios de lembranças. Ela conta que suas avós gostavam de fazer bordados e até ensinaram ela na infância, mas foi na metade de 2019 que ela teve vontade de começar a bordar. Thaís começou a ver aulas no YouTube e aprendeu sozinha a fazer os pontos do bordado. “É engraçado que eu sou uma pessoa totalmente energética, ligada no 220v, eu nunca achei que teria paciência para fazer um bordado, mas no momento que estou fazendo me sinto calma, tranquila, fazendo algo muito prazeroso”, conta a jornalista.
Para Thaís o bordado exige uma preparação criativa antes de iniciar o processo, que envolve pesquisa de referências e técnicas, “o bordado ajuda na minha criatividade como um todo, é um momento do dia que eu paro para fazer esse trabalho artístico e acho que isso vai desbloqueando novas áreas do meu cérebro, permitindo que essas coisas fluam um pouco mais”.
O processo de fazer com as próprias mãos envolve observação, investigação, projeção e o mais importante: criação. A cultura maker, o DIY e o aprender fazendo tem como peça fundamental a criatividade.
Fonte: Faber-Castell